23 de dezembro de 2012

Descomplique: 10 dicas para você produzir sua redação

Comprei uma gramática com um conteúdo muito rico, compartilharei um deles. O assunto está inserido no livro "Português Esquematizado", de Agnaldo Martino. Espero que seja útil.
Para começar, o autor nos lembra que para escrever um bom texto é necessário que seja feito um planejamento. Organizar as ideias é extremamente importante no processo comunicacional. Tanto a escrita como a fala necessitam de ordenação para que a interação entre os emissor-mensagem-receptor se efetive.
Veja o passo-a-passo e garanta-se nas avaliações discursivas.

1º passo: Definir o tema e o posicionamento perante ele.
 
Algumas provas de redação nos apresentam os textos motivadores e o tema específico que se deve seguir. Outras provas nos dão-nos apenas o texto motivador. Neste caso, para se chegar ao tema, devemos perceber a ideia central do texto. Depois disso assumir um posicionamento diante dele. Não é possível escrever sobre algo sem tomar um partido, uma linha de raciocínio e sem definir um ponto de chegada. Isso tudo deve ser feito antes de começar a escrever, para que o texto não se torne vago.

2º passo: Relacionar, em forma de tópicos, todos os assuntos ligados ao tema.

É o que costumamos chamar de "brainstorming". Agora que já tem o tema definido, devem-se anotar todas as ideias relacionadas ao tema, sem nenhuma preocupação, sem nenhuma censura, sem nenhum desenvolvimento, pois assim você estará ampliando seu contato com o tema. Faça isso em forma de tópicos, de forma breve, sem se estender no desenvolvimento da ideia, apenas para assegurar de que haja assunto para o seu texto.

3º passo: Cortar alguns assuntos da relação preparada no passo anterior.

Agora é o momento da reflexão, da censura, do bom-senso. Neste passo, você deve reler um a um os assuntos elencados e verificar se eles podem ou não fazer parte do seu texto. Seja criterioso, verifique se aquele item merece ser utilizado ou desprezado. Uma maneira de chegar a essa decisão é perguntar a você mesmo sobre cada item: Eu sei falar disso? Isso é relevante para meu tema? Isso é de fácil desenvolvimento, ou despenderei muito tempo para tentar explanar tal assunto? Isso vai ao encontro do meu posicionamento? Isso pode contrariar o meu posicionamento? Isso, apesar de ser ligado ao tema, pode causar alguma divagação dentro do meu texto? Isso é importante, ou representa uma ideia secundária? Ao utilizar isso eu me mantenho dentro do tema, ou crio um viés para o texto? Ao responder a essas perguntas com consciência e segurança, você encontrará muitos itens e deixará muitos outros; deixará justamente os mais relevantes para o seu texto.
 
4º passo: Agrupar os assuntos que se relacionam em blocos de ideias.

Até aqui você fez uma coleta aleatória de ideias e definiu as que devem ou não fazer parte do seu texto. Chegou a hora de começar a ordená-los. O primeiro nível de organização é juntar as ideias que se correlacionam, pois se você escreve o seu texto as utilizando na sequência em que as relacionou corre o risco de repetir uma ou outra ideia em parágrafos diferentes; e isso não deve acontecer - cada parágrafo deve trazer um assunto, que não pode ser apresentado em outro. Aqui sua relação já começa a tomar outra forma. Releia os itens que você "deixou" na sua redação, alguns deles se relaciona com outro? Um traz o mesmo teor ideológico de outro ou outros? Isso faz com que você organiza os itens listados em blocos, e cada bloco então representa um parágrafo.

5º passo: Organizar os blocos de assuntos numa sequência lógico-progressiva.

É preciso dar ao seu texto uma progressão, para isso você deve dar uma sequência lógica aos parágrafos do seu texto, ou seja, uma sequência lógica em blocos resultantes do 4º passo. Você deve trabalhar com as ideias de causa e consequência, anterioridade e posterioridade - veja o que vem e o que pode consequência. Fazendo isso, você não corre o risco de se perder na escrita do seu texto, pois ele se desenvolverá de maneira linear, o que é bom para qualquer redação. Neste passo, você tem pronto todo o desenvolvimento de sua redação, de forma sintética, mas pronto e organizado.
 
 6º passo: Criar o parágrafo de introdução.

No 1º passo se pensou apenas no tema e no posicionamento, porém, ainda não se redigiu propriamente o parágrafo de introdução. O momento de fazer isso é agora, pois você tem consciência de tudo que estará no seu texto, assim fica mais fácil criar uma introdução. Lembre-se de que ela deve ser clara, concisa e objetiva, e deve apresentar o seu posicionamento. Não se perca em divagações, não tente provar nenhuma ideia neste parágrafo, pois isso você faz no desenvolvimento.

7º passo: Escrever os parágrafos de desenvolvimento.

Todas as ideias que você utilizará no seu texto já estão relacionadas, selecionadas, agrupadas e sequenciadas; resta agora transformar aqueles "blocos" do 5º passo em frases, orações, períodos. A partir da ideia predefinida, acrescente verbos, adjetivos, advérbios, ou seja, dê materialidade a sua ideia, transforme -a em períodos - simples ou compostos.

8º passo: Escrever a conclusão.
Seu texto já está pronto, falta apenas finalizá-lo. A melhor maneira de fazer isso é retornar ao tema e reafirmar seu posicionamento frente a ele. Para isso basta que se faça uma paráfrase do parágrafo de introdução. Você deve escrever as mesmas coisas da introdução, com outras palavras, sem mais nem menos. É assim que se faz uma boa conclusão.

9º passo: Revisão.

Você preparou um rascunho e, durante o fluxo de ideias, não se preocupou muito com alguns aspectos formais do texto. Chegou a hora de verificar isso: faça uma revisão gramatical quanto a: ortografia, acentuação, pontuação, concordância, regência, crase, colocação pronominal. Verifique também a organização das frases, evitando assim ambiguidades. Observe se não há repetição de palavras e outros vícios como rimas, ecos, aliterações. Tudo isso se faz neste momento de releitura do texto pronto.

10º passo: Passar a limpo.

Seu texto está pronto, deve ser passado para a folha a ser entregue ao examinador. Lembre-se de que a estética é um fator importante: faça a marcação adequada dos parágrafos, respeite as margens esquerda e direita (justificadas), utilize letra legível e evite rasuras.

Uso da crase

A crase indica a fusão da preposição a com artigo a: João voltou à (a preposição + a artigo) cidade natal. / Os documentos foram apresentados às (a prep. + as art.) autoridades. Dessa forma, não existe crase antes de palavra masculina: Vou a pé. / Andou a cavalo. Existe uma única exceção, explicada mais adiante.

Regras práticas

Primeira - Substitua a palavra antes da qual aparece o a ou as por um termo masculino. Se o a ou as se transformar em ao ou aos, existe crase; do contrário, não. Nos exemplos já citados: João voltou ao país natal. / Os documentos foram apresentados aos juízes. Outros exemplos: Atentas às modificações, as moças... (Atentos aos processos, os moços...) / Junto à parede (junto ao muro).
No caso de nome geográfico ou de lugar, substitua o a ou as por para. Se o certo for para a, use a crase: Foi à França (foi para a França). / Irão à Colômbia (irão para a Colômbia). / Voltou a Curitiba (voltou para Curitiba, sem crase). Pode-se igualmente usar a forma voltar de: se o de se transformar em da, há crase, inexistente se o de não se alterar: Retornou à Argentina (voltou da Argentina). / Foi a Roma (voltou de Roma).
Segunda - A combinação de outras preposições com a (para a, na, da, pela e com a, principalmente) indica se o a ou as deve levar crase. Não é necessário que a frase alternativa tenha o mesmo sentido da original nem que a regência seja correta. Exemplos: Emprestou o livro à amiga (para a amiga). / Chegou à Espanha (da Espanha). / As visitas virão às 6 horas (pelas 6 horas). / Estava às portas da morte (nas portas). / À saída (na saída). / À falta de (na falta de, com a falta de).

Usa-se a crase ainda

1 - Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo, àqueloutro (e derivados): Cheguei àquele (a + aquele) lugar. / Vou àquelas cidades. / Referiu-se àqueles livros. / Não deu importância àquilo.
2 - Nas indicações de horas, desde que determinadas: Chegou às 8 horas, às 10 horas, à 1 hora. Zero e meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor à zero hora. / Veio à meia-noite em ponto. A indeterminação afasta a crase: Irá a uma hora qualquer.
3 - Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como às pressas, às vezes, à risca, à noite, à direita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à procura de, à mercê de, à custa de, à medida que, à proporção que, à força de, à espera de: Saiu às pressas. / Vive à custa do pai. / Estava à espera do irmão. / Sua tristeza aumentava à medida que os amigos partiam. / Serviu o filé à moda da casa.
4 - Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais a tradição lingüística o exija, como à bala, à faca, à máquina, à chave, à vista, à venda, à toa, à tinta, à mão, à navalha, à espada, à baioneta calada, à queima-roupa, à fome (matar à fome): Morto à bala, à faca, à navalha. / Escrito à tinta, à mão, à máquina. / Pagamento à vista. / Produto à venda. / Andava à toa. Observação: Neste caso não se pode usar a regra prática de substituir a por ao.
5 - Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser substituídos por ao ou aos: Eis a moça à qual você se referiu (equivalente: eis o rapaz ao qual você se referiu). / Fez alusão às pesquisas às quais nos dedicamos (fez alusão aos trabalhos aos quais...). / É uma situação semelhante à que enfrentamos ontem (é um problema semelhante ao que...).

Não se usa a crase antes de

1 - Palavra masculina: andar a pé, pagamento a prazo, caminhadas a esmo, cheirar a suor, viajar a cavalo, vestir-se a caráter. Exceção. Existe a crase quando se pode subentender uma palavra feminina, especialmente moda e maneira, ou qualquer outra que determine um nome de empresa ou coisa: Salto à Luís XV (à moda de Luís XV). / Estilo à Machado de Assis (à maneira de). / Referiu-se à Apollo (à nave Apollo). / Dirigiu-se à (fragata) Gustavo Barroso. / Vou à (editora) Melhoramentos. / Fez alusão à (revista) Projeto.
2 - Nome de cidade: Chegou a Brasília. / Irão a Roma este ano. Exceção. Há crase quando se atribui uma qualidade à cidade: Iremos à Roma dos Césares. / Referiu-se à bela Lisboa, à Brasília das mordomias, à Londres do século 19.
3 - Verbo: Passou a ver. / Começou a fazer. / Pôs-se a falar.
4 - Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a ponta.
5 - Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o livro a essa moça.
6 - Outros pronomes que não admitem artigo, como ninguém, alguém, toda, cada, tudo, você, alguma, qual, etc.
7 - Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a Vossa Senhoria... / Pediram a Vossa Majestade...
8 - Uma: Foi a uma festa. Exceções. Na locução à uma (ao mesmo tempo) e no caso em que uma designa hora (Sairá à uma hora).
9 - Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a reclamações. / Em respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a falecimento, e não ao falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas.
Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da palavra feminina, não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. / Igreja reage a (uma) ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão necessariamente ligadas a (uma) agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. / Empresa atribui goteira a (uma) falha no sistema de refrigeração. / Partido se rende a (uma) política de alianças.
Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de bebês leva à punição (ao castigo) de médico. / Superintendente admite ter cedido à pressão (ao desejo) dos superiores.
10 - Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-se a dentadas. / Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas.
11 - Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Ana Néri. / Preferia Ingrid Bergman a Greta Garbo.
12 - Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Maria . / Já se acostumou a madame Angélica. Exceção. Há crase se o dona ou o madame estiverem particularizados: Referia-se à Dona Flor dos dois maridos.
13 - Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos chegou a dez. / Nasceu a 8 de janeiro. / Fez uma visita a cinco empresas.
14 - Distância, desde que não determinada: A polícia ficou a distância. / O navio estava a distância. Quando se define a distância, existe crase: O navio estava à distância de 500 metros do cais. / A polícia ficou à distância de seis metros dos manifestantes.
15 - Terra, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a terra. / O marinheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou por terrra. / Esteve em terra.) Nos demais significados da palavra, usa-se a crase: Voltou à terra natal. / Os astronautas regressaram à Terra.
16 - Casa, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou cedo a casa. (Veio de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver determinada, existe crase: Voltou à casa dos pais. / Iremos à Casa da Moeda. / Fez uma visita à Casa Branca.

Uso facultativo

1 - Antes do possessivo: Levou a encomenda a sua (ou à sua) tia. / Não fez menção a nossa empresa (ou à nossa empresa). Na maior parte dos casos, a crase dá clareza a este tipo de oração.
2 - Antes de nomes de mulheres: Declarou-se a Joana (ou à Joana). Em geral, se a pessoa for íntima de quem fala, usa-se a crase; caso contrário, não.
3 - Com até: Foi até a porta (ou até à). / Até a volta (ou até à). No Estado, porém, escreva até a, sem crase.

Locuções com e sem crase

  • a álcool
  • à altura (de)
  • à americana
  • à argentina
  • à baiana
  • à baila
  • à baioneta calada
  • à bala
  • a bandeiras despregadas
  • à base de
  • à beça
  • à beira (de)
  • à beira-mar
  • à beira-rio
  • a bel-prazer
  • a boa distância de
  • à boca pequena
  • à bomba
  • a bordo
  • a bordoadas
  • a braçadas
  • à brasileira
  • à bruta
  • à busca (de)
  • a cabeçadas
  • à cabeceira (de)
  • à caça (de)
  • a cacetadas
  • a calhar
  • a cântaros
  • a caráter
  • à carga
  • a cargo de
  • à cata (de)
  • a cavalo
  • a cerca de
  • a certa distância
  • à chave
  • a chibatadas
  • a chicotadas
  • a começar de
  • à conta (de)
  • a contar de
  • à cunha
  • a curto prazo
  • à custa (de)
  • a dedo
  • à deriva
  • a desoras
  • a diesel
  • à direita
  • à disparada
  • à disposição
  • a distância
  • a duras penas
  • a elas(s), a ele(s)
  • a eletricidade
  • à entrada (de)
  • a escâncaras
  • à escolha (de)
  • à escovinha
  • à escuta
  • a esmo
  • à espada
  • à espera (de)
  • à espora
  • à espreita (de)
  • à esquerda
  • a esse(s), a essa(s)
  • a este(s), a esta(s)
  • a estibordo
  • à evidência
  • à exaustão
  • à exceção de
  • a expensas de
  • à faca
  • a facadas
  • à falta de
  • à fantasia
  • à farta
  • à feição (de)
  • a ferro
  • a ferro e fogo
  • à flor da pele
  • à flor de
  • à fome
  • à força (de)
  • à francesa
  • à frente (de)
  • à fresca
  • a frio
  • a fundo
  • a galope
  • a gás
  • a gasolina
  • à gaúcha
  • a gosto
  • à grande
  • a grande distância
  • a granel
  • à guisa de
  • à imitação de

24 de outubro de 2012

Concordância

Para que serve a concordância?

A concordância - verbal ou nominal - está ligada aos princípios lógicos que regem a língua e o pensamento humano. Concordar adequadamente o sujeito com o verbo ou adjetivo com o nome pode tornar o texto mais preciso, sem ambiguidades, mas o principal valor da concordância é social.
Socialmente, existe uma norma de prestígio, que é a norma culta. Em determinadas formas de situações formais - como falar em público, fazer entrevistas para conseguir emprego, falar com autoridades, etc. - devemos observar essa norma, senão corremos o risco de sermos julgados de forma preconceituosa e não alcançamos nossos objetivos.
E, na norma de prestígio, um dos princípios mais notados e exigidos socialmente é o da concordância. 





Concordância nominal - Preste atenção ao cortar e reescrever textos. É deste trabalho que surgem os piores erros de concordância nominal: A medida foi criticados; Aparelhagem de microscopia mal regulado. Esse tipo de erro ocorre quando o redator troca um substantivo por outro de gênero ou número diferentes -decretos por medida, aparelho por parelhagem- e não adapta o adjetivo. Redobre a atenção com períodos longos.

Tome cuidado também com as construções em que um adjetivo qualifica mais de um substantivo: A casa e o prédio velhos; Foi confiscada a carne e o gado. Aplique nesses casos regras análogas às da concordância verbal, expostas no próximo verbete. Lembre-se de que em português o masculino prevalece sobre o feminino: Alexandra e Herculano são bons autores.



Concordância verbal - Há uma única regra: o verbo concorda em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) com o sujeito da oração. É errado dizer nós vai ou ele são, como qualquer um percebe. Mas logo surgem as dificuldades: mais de um é ou mais de um são? Existe Deus e o diabo ou existem Deus e o diabo? Em geral, as duas construções são admitidas e podem ter significados diferentes.

A maioria das dificuldades ocorre quando coexistem palavras de caráter fortemente plural e singular no mesmo sujeito:

a) Coletivos - Às vezes, as ideias de plural e singular existem ao mesmo tempo numa única palavra. É o caso dos coletivos. A palavra exército, mesmo no singular, encerra a ideia de plural (um exército é composto de vários soldados). Ninguém escreve o exército são. Mas Alexandre Herculano escreveu: "Vadeado o rio, a cavalgada encaminhou-se por uma senda tortuosa que ia dar à entrada do mosteiro, onde desejavam chegar". Trata-se da concordância lógica (também chamada ideológica ou siléptica) que se opõe à concordância gramatical. Evite esse tipo de construção; prefira o singular: A maioria acredita no governo.

Mas atenção: tanto faz escrever a maioria dos entrevistados acreditam quanto acredita. Havendo um substantivo seguido da preposição de e de outro substantivo ou pronome formando um partitivo, o verbo pode ir para o plural (concordância lógica) ou singular (concordância gramatical), dependendo da ênfase que se quer dar. O uso do singular reforça a ideia de conjunto. O plural, a de individualidade dos membros do conjunto.

Há casos em que a concordância lógica é preferível: A pesquisa revelou que 1% das mulheres brasileiras são desquitadas; A campanha prevê que 1 milhão de crianças sejam vacinadas. De acordo com a concordância gramatical, os períodos ficariam: A pesquisa revelou que 1% das mulheres brasileiras é desquitado; A campanha prevê que 1 milhão de crianças seja vacinado;

b) Um - Este numeral está impregnado de singularidade. Quando faz parte de um sujeito logicamente plural, carrega o verbo para o singular: Cada um daqueles deputados era servido por 40 motoristas; Mais de um brasileiro deseja ganhar na loteria. Exceção: Mais de um ministro se cumprimentaram na recepção (porque há ideia de reciprocidade).

Tome cuidado com a expressão um dos que, que de preferência deve ser acompanhada de plural. Mas atenção: a concordância pode alterar o sentido da frase: Schwartzkopf foi um dos generais que mais se distinguiram na Guerra do Golfo (ele se distinguiu, entre outros generais que também se distinguiram), mas Schwartzkopf foi um dos generais que mais se distinguiu na Guerra do Golfo (ele foi o que mais se distinguiu); O Sena é um dos grandes rios que passa por Paris (é o único grande rio que passa por Paris). Evite esta última construção, que é muito sutil para texto noticioso.

As expressões um e outro e nem um nem outro podem ser usadas tanto com plural como com singular, indistintamente: um e outro é bom ou um e outro são bons. Prefira o plural se a expressão vier acompanhada de um substantivo: um e outro homem são bons.

Também costumam apresentar dificuldade os seguintes tópicos:

a) Ou - Use o singular se ou introduzir ideia de exclusividade: Nicodemo ou Aristarco será eleito presidente (apenas um deles será eleito); se os dois agentes puderem realizar a ação, o verbo vai para o plural: Nicodemo ou Aristarco devem chegar nos próximos minutos;

b) Nem - Pode levar o verbo para o plural ou o singular, indistintamente. Nem Ulisses nem Eneas será eleito presidente; Nem Ulisses nem Eneas serão eleitos presidente;

c) Com - Se a relação for de igualdade, o verbo vai para o plural: O general com seus oficiais tomaram o quartel. Se os elementos não têm a mesma participação, o verbo vai para o singular: Bush com seus aliados venceu o Iraque. Esse tipo de concordância também vale para expressões como não só... mas também, tanto... como, assim... como. Esse tipo de construção é precioso demais para textos noticiosos;

d) Verbo antes do sujeito composto - Nestes casos, o verbo pode concordar com o elemento mais próximo ou com o conjunto: Estréia o filme e a peça ou Estréiam o filme e a peça. Use o plural se o sujeito composto for uma sucessão de nomes próprios ou se a ação for de reciprocidade: Adoeceram Maria, Carla e Paula; Enfrentam-se Corinthians e Palmeiras. Essas construções também são preciosas demais para ser usadas em textos noticiosos;

e) Gradação/resumo - Sujeitos compostos devem ser conjugados com o verbo no singular se constituírem uma gradação: "Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o joão-ninguém, agora é cédula de Cr$ 500,00!" (Carlos Drummond de Andrade).

O singular também vale para sujeitos compostos resumidos por palavras como tudo, nada, ninguém, nenhum, cada um: Jogo, bebida, sexo e drogas, nada pôde satisfazê-lo;

f) Pronomes - Eu e tu somos, tu e ele sois, eu e ele somos. A 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª, que prevalece sobre a 3ª. Essas construções são raras no jornalismo.

Se o pronome pessoal vier antecedido de interrogativos ou indefinidos como quais, quantos, alguns, poucos, muitos, na norma culta, o verbo concorda com o pronome pessoal: Poucos de nós conhecemos a gramática. Admite-se também a concordância mais coloquial com o indefinido ou interrogativo: Poucos de nós conhecem a gramática;

g) Quem/que - Sou um homem que pensa ou sou um homem que penso, mas sou eu quem fala. Com quem o verbo vai sempre para a 3ª pessoa;

h) Pronomes de tratamento - O verbo e o pronome possessivo ficam sempre na 3ª pessoa: Vossa santidade deseja sua Bíblia? Se houver um adjetivo, ele concorda com o sexo da pessoa a que se refere: Sr. governador, vossa excelência está equivocado;

i) Sujeitos infinitivos - Quando o sujeito de uma frase é uma sucessão de infinitivos genéricos, use o singular: Plantar e colher não dá dinheiro. Se os infinitivos forem determinados, plural: O comer e o beber são necessários à saúde;

j) Nomes próprios - Se o sujeito é um nome próprio plural e estiver ou puder estar precedido de artigo, use o plural: Os EUA lançaram um ultimato a Saddam Hussein; Os Andes são uma cadeia de montanhas; As Filipinas são um arquipélago. Outros nomes perderam a ideia de plural: O Amazonas corre em direção ao mar; Minas Gerais é um Estado brasileiro; Alagoas tem belas praias;

l) Nomes de obras - Mesmo no plural, dê preferência ao singular: "Os Pássaros" é um filme de Hitchcock; "Os Lusíadas" é a obra-prima de Camões;

m) Nomes de empresas - O verbo também pode ir para o singular quando o sujeito é um nome de empresa no plural: Lojas Arapuã adota nova estratégia, ou adotam nova estratégia;

n) Concordância por atração - Em frases com o verbo de ligação ser, o verbo pode concordar com qualquer elemento (sujeito ou predicativo). Em geral, concorda com o mais forte: Isto são histórias; O que trago são fatos; Emília era as alegrias da avó; Dois milhões de dólares é muito dinheiro.


Bibliografia:

Cereja, Willian Roberto. Gramática: texto, reflexão e uso. São paulo: Atual, 1998.

Concordância verbal e nominal. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_texto_c.htm.> Acesso em 24set2012.

 

14 de outubro de 2012

Dicas para se escrever bem

Este texto foi retirado do livro Português Esquematizado, de Agnaldo Martino. O autor não cita a fonte de referência pois o texto circulou pela internet de modo indiscriminado.  Vale a pena conferir as dicas.

  •  Vc. deve evitar abrev., etc.
  •  Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.
  • Anule aliterações altamente abusivas.
  •  “não esqueça das maiúsculas”, como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.
  • Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.
  • O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
  • Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
  • Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?
  • Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda.
  • Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.
  • Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
  • Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: “Quem cita os outros não tem idéias próprias”.
  • Frases incompletas podem causar
  • Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
  • Seja mais ou menos específico.
  •  Frases com apenas uma palavra? Jamais!
  •  Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação
  • Quem precisa de perguntas retóricas?
  • Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
  • Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.
  • Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las! -ei!”
  • Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
  • Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!
  • Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
  • Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza.
  •  Seja incisivo e coerente, ou não.
Bibliografia

Martino, Agnaldo. Português Esquematizado: gramática, interpretação de texto, redação oficial, redação discursiva. São Paulo: Saraiva, 2012- p. 506-507.

24 de setembro de 2012

 Texto para apreciação nas oficinas de produção textual: textos noticiosos

 OFICINA I



O QUE É UMA NOTÍCIA?


A notícia é um fato natural (terremotos, erupções vulcânicas), político, social, econômico, cultural considerado relevante e merecedor de ser divulgado através de sua publicação em um ou mais tipos de mídia. A eleição de um presidente em qualquer parte do globo, Jogos Olímpicos, uma grande festa ou tragédia são considerados “notícia” e costumam ser acessíveis a um número restrito de pessoas. Quem está de fora, também quer tomar conhecimento daquela situação. É aí que entra o papel do jornalista: que vai colher aquelas informações in loco, no momento que ocorreram, e transformá-las em textos que serão divulgados aos que não tiveram acesso àquele momento (ou que ali estavam, mas querem mais informações acerca daquele evento). Esses textos são notícia.
 O QUE É UM JORNAL?
O jornal é o espaço físico onde são publicadas as notícias apuradas pelos jornalistas. 
Sua função é levar, através dos textos noticiosos, o cidadão a espaços que ele não pode entrar. E fala para um público heterogêneo, sem rosto, nem perfil definido. Em tese, ele entra na casa das pessoas e deve atingir todos os membros daquela família hipotética.
Há registros de jornais desde a Roma antiga. E o surgimento dessas publicações sempre coincidiu com algum movimento político ou social. O jornal como conhecemos atualmente nasceu no século XVIII, depois da Revolução Industrial. 
O primeiro jornal brasileiro foi o Correio Brasiliense, lançado em 1808 e impresso em Londres. Com a chegada de Dom João VI, nesse mesmo ano, é fundada a imprensa oficial e inicia-se a publicação da Gazeta do Rio de Janeiro, jornal totalmente produzido no brasil. 
Produzido com papel jornal, mais barato, essa publicações costumam ter três tamanhos:
Standart, o maior e mais antigo deles, presente em todos os países e, no Brasil, adotado por títulos como O Globo, Jornal do Brasil, Correio Brasiliense, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde, Agora! entre outros;
 
Tabloide, criado na Inglaterra, ainda muito popular naquele país, na Europa e Estados Unidos. É o formato de jornais como o The Sun (Inglaterra), El País (na Espanha), Bild-Zeitung (Alemanha), The Enquirer (Estados Unidos), entre outros. Desde o início da década de 1990, tornou-se febre na China. Na grande imprensa brasileira é usado pelo jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul;
Berliner, berlinense ou tabloide europeu é ligeiramente maior do que o formato tabloide surgido na Inglaterra. É o tamanho usado pelo jornal francês Le Monde, pelo italiano La Repubblica, e, desde 2005, pelo inglês The Guardian.
O periódico carioca, Jornal do Brasil, passou a ser o formatado com o modelo berliner, mas teve queda de vendas com o novo exemplar deixando de ser moderno para ser internético.
 COMO A NOTÍCIA APARECE NO JORNAL?

16 de setembro de 2012

Discursos direto, indireto e indireto livre

 Discursos

Numa narrativa, o autor dispõe de três maneiras de reproduzir a fala das personagens: o discurso direto, indireto e o direto livre.

DISCURSO DIRETO

No discurso direto o narrador reproduz a fala das personagens por meio das próprias palavras delas. Ele confere maior naturalidade ao texto, já que o diálogo se desenvolve à maneira de uma conversa e permite ao narrador exprimir o linguajar próprio de suas personagens. 
Algumas características do discurso direto:
  • vem introduzido por um verbo dicendi (verbo que anuncia a fala da personagem): perguntou, respondeu, replicou e disse.
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Obs.: É comum, no entanto, não aparecer o verbo dicendi, somente a fala das personagens; leia este trecho de Luís Fernando Veríssimo:
"(...) - A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- Como é que você sabe? (...)"
-----------------------------------------------------------------------------------------------
  •  antes da fala da personagem há, geralmente, dois-pontos e travessão.
Segundo o professor Othon M. Garcia, os verbos dicendi distribuem-se em oito áreas de significação:

  1. de dizer: afirmar, declarar;
  2. de perguntar: indagar, interrogar;
  3. de responder: retrucar, replicar;
  4. de contestar: negar, objetar;
  5. de exclamar: gritar, brandar;
  6. de pedir: solicitar, rogar;
  7. de exortar: animar, aconselhar;
  8. de ordenar: mandar, determinar.
Embora estes sejam os mais comuns, basta a leitura de qualquer revista semanal ou de livros de literatura atual para perceber que a lista de verbos dicendi pode ser ampliada, adequando-se às exigências da expressividade. Assim, dentre inúmeros outros, pode-se sugerir:
aconselhar, acreditar, acrescentar, acusar, admitir, advertir, advogar, alarmar-se, alegar, alertar, ameaçar, analisar, anunciar, apontar, aprovar, argumentar, assegurar, avaliar, avisar, brincar, calcular, comentar, conclamar, concluir, concordar, condenar, contar, corrigir, cortar, defender, demonstrar, denunciar, descrever, desculpar-se, desmentir, duvidar, entusiasmar-se, esclarecer, explicar, finalizar, frisar, garantir, ilustrar, imaginar, insinuar, insistir, ironizar, julgar, lamentar, lembrar, manifestar, notar, observar, opinar, perguntar, presumir, prometer, propor, prosseguir, provocar, reagir, rebater, reconhecer, refutar, reprovar, ressaltar, salientar, sugerir, surpreender-se...

A pontuação no discurso direto deve apresentar, normalmente:
  • travessão inicial.
Ex.:
- O Brasil precisa de técnicos, disse o ministro.
  • A oração com verbo dicendi, quando entremeada à fala, deve vir precedida por vírgula e travessão.
Ex.:
Mas é preciso agir com muito tato - murmurou Manuela.
  •  O novo período de fala, após a oração do verbo dicendi, deve vir precedido de travessão para que não haja confusão entre as palavras do narrador e da personagem.
Ex.:
 - Morda a língua - sugeriu a menina. - Minha mãe diz que é bom.

  • Quando a oração com o verbo dicendi precede a fala da personagem, deve vir obrigatoriamente precedida de dois-pontos:
Ex.:
 Manuela murmurou com voz sumida:
- Mas é preciso agir com cautela.

DISCURSO INDIRETO

O discurso indireto elimina os elementos emocionais e afetivos. Ele cria uma objetividade analítica ao apreender o conteúdo da fala das personagens mas não a forma como elas dizem. O narrador usa suas próprias palavras para comunicar o que as personagens disseram.

As características principais do discurso indireto são:

  • vem introduzido por um verbo dicendi.
Ex.:
Diógenes disse a Alexandre que não lhe tirasse o sol.
  • vem introduzido por uma conjunção subordinativa integrante (que, se).
Ex.:
 O general bradou que não fizessem aquilo.

Imagem retirada de: http://roseartseducar.blogspot.com.br/2011/11/discurso-direto-e-indireto.html


DISCURSO INDIRETO LIVRE

O discurso indireto livre apresenta características híbridas: as falas das personagens mesclam-se ao discurso do narrador.

Ex.:
(...) Se não fosse isso... An! Em que estava pensando? Meteu os olhos pela grade da rua. Chi! que perfume! O lampião da esquina se apagara, provavelmente o homem da escada só botara nele meio quarteirão de querosene. (...)" Graciliano Ramos

Bibliografia:
OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de. Minimanual compacto de redação e estilo: teoria e prática. - São Paulo: Rideel, 1999; p. 193 a 202.

49 dicas para você elaborar uma notícia

Dicas do "Manual de Redação e Estilo",  por Eduardo Lopes Martins Filho de O Estado de S. Paulo

Instruções gerais

1 - Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Use frases curtas e evite intercalações excessivas ou ordens inversas desnecessárias. Não é justo exigir que o leitor faça complicados exercícios mentais para compreender o texto.

2 - Construa períodos com no máximo duas ou três linhas de 70 toques. Os parágrafos, para facilitar a leitura, deverão ter cinco linhas datilografadas, em média, e no máximo oito. A cada 20 linhas, convém abrir um intertítulo.

3 - A simplicidade é condição essencial do texto jornalístico. Lembre-se de que você escreve para todos os tipos de leitor e todos, sem exceção, têm o direito de entender qualquer texto, seja ele político, econômico, internacional ou urbanístico.

4 - Adote como norma a ordem direta, por ser aquela que conduz mais facilmente o leitor à essência da notícia. Dispense os detalhes irrelevantes e vá diretamente ao que interessa, sem rodeios.

5 - A simplicidade do texto não implica necessariamente repetição de formas e frases desgastadas, uso exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular, etc. Com palavras conhecidas de todos, é possível escrever de maneira original e criativa e produzir frases elegantes, variadas, fluentes e bem alinhavadas. Nunca é demais insistir: fuja, isto sim, dos rebuscamentos, dos pedantismos vocabulares, dos termos técnicos evitáveis e da erudição.

6 - Não comece períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem use repetidamente a mesma estrutura de frase.

7 - O estilo jornalístico é um meio-termo entre a linguagem literária e a falada. Por isso, evite tanto a retórica e o hermetismo como a gíria, o jargão e o coloquialismo.

8 - Tenha sempre presente: o espaço hoje é precioso; o tempo do leitor, também. Despreze as longas descrições e relate o fato no menor número possível de palavras. E proceda da mesma forma com elas: por que opor veto a em vez de vetar, apenas?

9 - Em qualquer ocasião, prefira a palavra mais simples: votar é sempre melhor que sufragar; pretender é sempre melhor que objetivar, intentar ou tencionar; voltar é sempre melhor que regressar ou retornar; tribunal é sempre melhor que corte; passageiro é sempre melhor que usuário; eleição é sempre melhor que pleito; entrar é sempre melhor que ingressar.

10 - Só recorra aos termos técnicos absolutamente indispensáveis e nesse caso coloque o seu significado entre parênteses. Você já pensou que até há pouco se escrevia sobre juros sem chamar índices, taxas e níveis de patamares? Que preços eram cobrados e não praticados? Que parâmetros equivaliam a pontos de referência? Que monitorar correspondia a acompanhar ou orientar? Adote como norma: os leitores do jornal, na maioria, são pessoas comuns, quando muito com formação específica em uma área somente. E desfaça mitos. Se o noticiário da Bolsa exige um ou outro termo técnico, uma reportagem sobre abastecimento, por exemplo, os dispensa.

11 - Nunca se esqueça de que o jornalista funciona como intermediário entre o fato ou fonte de informação e o leitor. Você não deve limitar-se a transpor para o papel as declarações do entrevistado, por exemplo; faça-o de modo que qualquer leitor possa apreender o significado das declarações. Se a fonte fala em demanda, você pode usar procura, sem nenhum prejuízo. Da mesma forma traduza patamar por nível, posicionamento por posição, agilizar por dinamizar, conscientização por convencimento, se for o caso, e assim por diante. Abandone a cômoda prática de apenas transcrever: você vai ver que o seu texto passará a ter o mínimo indispensável de aspas e qualquer entrevista, por mais complicada, sempre tenderá a despertar maior interesse no leitor.

12 - Procure banir do texto os modismos e os lugares-comuns. Você sempre pode encontrar uma forma elegante e criativa de dizer a mesma coisa sem incorrer nas fórmulas desgastadas pelo uso excessivo. Veja algumas: a nível de, deixar a desejar, chegar a um denominador comum, transparência, instigante, pano de fundo, estourar como uma bomba, encerrar com chave de ouro, segredo guardado a sete chaves, dar o último adeus. Acrescente as que puder a esta lista.

13 - Dispense igualmente os preciosismos ou expressões que pretendem substituir termos comuns, como: causídico, Edilidade, soldado do fogo, elenco de medidas, data natalícia, primeiro mandatário, chefe do Executivo, precioso líquido, aeronave, campo-santo, necrópole, casa de leis, petardo, fisicultor, Câmara Alta, etc.

14 - Proceda da mesma forma com as palavras e formas empoladas ou rebuscadas, que tentam transmitir ao leitor mera idéia de erudição. O noticiário não tem lugar para termos como tecnologizado, agudização, consubstanciação, execucional, operacionalização, mentalização, transfusional, paragonado, rentabilizar, paradigmático, programático, emblematizar, congressual, instrucional, embasamento, ressociabilização, dialogal, transacionar, parabenizar e outros do gênero.

15 - Não perca de vista o universo vocabular do leitor. Adote esta regra prática: nunca escreva o que você não diria. Assim, alguém rejeita (e não declina de) um convite, protela ou adia (e não procrastina) uma decisão, aproveita (e não usufrui) uma situação. Da mesma forma, prefira demora ou adiamento a delonga; antipatia a idiossincrasia; discórdia ou intriga a cizânia; crítica violenta a diatribe; obscurecer a obnubilar, etc.

16 - O rádio e a televisão podem ter necessidade de palavras de som forte ou vibrante; o jornal, não. Assim, goleiro é goleiro e não goleirão. Da mesma forma, rejeite invenções como zagueirão, becão, jogão, pelotaço, galera (como torcida) e similares.

17 - Dificilmente os textos noticiosos justificam a inclusão de palavras ou expressões de valor absoluto ou muito enfático, como certos adjetivos (magnífico, maravilhoso, sensacional, espetacular, admirável, esplêndido, genial), os superlativos (engraçadíssimo, deliciosíssimo, competentíssimo, celebérrimo) e verbos fortes como infernizar, enfurecer, maravilhar, assombrar, deslumbrar, etc.

18 - Termos coloquiais ou de gíria deverão ser usados com extrema parcimônia e apenas em casos muito especiais (nos diálogos, por exemplo), para não darem ao leitor a idéia de vulgaridade e principalmente para que não se tornem novos lugares-comuns. Como, por exemplo: a mil, barato, galera, detonar, deitar e rolar, flagrar, com a corda (ou a bola) toda, legal, grana, bacana, etc.

19 - Seja rigoroso na escolha das palavras do texto. Desconfie dos sinônimos perfeitos ou de termos que sirvam para todas as ocasiões. Em geral, há uma palavra para definir uma situação.

20 - Faça textos imparciais e objetivos. Não exponha opiniões, mas fatos, para que o leitor tire deles as próprias conclusões. Em nenhuma hipótese se admitem textos como: Demonstrando mais uma vez seu caráter volúvel, o deputado Antônio de Almeida mudou novamente de partido. Seja direto: O deputado Antônio de Almeida deixou ontem o PMT e entrou para o PXN. É a terceira vez em um ano que muda de partido. O caráter volúvel do deputado ficará claro pela simples menção do que ocorreu.

21 - Lembre-se de que o jornal expõe diariamente suas opiniões nos editoriais, dispensando comentários no material noticioso. As únicas exceções possíveis: textos especiais assinados, em que se permitirá ao autor manifestar seus pontos de vista, e matérias interpretativas, em que o jornalista deverá registrar versões diferentes de um mesmo fato ou conduzir a notícia segundo linhas de raciocínio definidas com base em dados fornecidos por fontes de informação não necessariamente expressas no texto.

22 - Não use formas pessoais nos textos, como: Disse-nos o deputado... / Em conversa com a reportagem do Estado... / Perguntamos ao prefeito... / Chegou à nossa capital... / Temos hoje no Brasil uma situação peculiar. / Não podemos silenciar diante de tal fato. Algumas dessas construções cabem em comentários, crônicas e editoriais, mas jamais no noticiário.

23 - Como norma, coloque sempre em primeiro lugar a designação do cargo ocupado pelas pessoas e não o seu nome: O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso... / O primeiro-ministro John Major... / O ministro do Exército, Zenildo de Lucena... É em função do cargo ou atividade que, em geral, elas se tornam notícia. A única exceção é para cargos com nomes muito longos. Exemplo: O engenheiro João da Silva, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi), garantiu ontem que...

24 - Você pode ter familiaridade com determinados termos ou situações, mas o leitor, não. Por isso, seja explícito nas notícias e não deixe nada subentendido. Escreva, então: O delegado titular do 47º Distrito Policial informou ontem..., e não apenas: O delegado titular do 47º informou ontem.

25 - Nas matérias informativas, o primeiro parágrafo deve fornecer a maior parte das respostas às seis perguntas básicas: o que, quem, quando, onde, como e por quê. As que não puderem ser esclarecidas nesse parágrafo deverão figurar, no máximo, no segundo, para que, dessa rápida leitura, já se possa ter uma idéia sumária do que aconteceu.

26 - Não inicie matéria com declaração entre aspas e só o faça se esta tiver importância muito grande (o que é a exceção e não a norma).

27 - Procure dispor as informações em ordem decrescente de importância (princípio da pirâmide invertida), para que, no caso de qualquer necessidade de corte no texto, os últimos parágrafos possam ser suprimidos, de preferência.

28 - Encadeie o lead de maneira suave e harmoniosa com os parágrafos seguintes e faça o mesmo com estes entre si. Nada pior do que um texto em que os parágrafos se sucedem uns aos outros como compartimentos estanques, sem nenhuma fluência: ele não apenas se torna difícil de acompanhar, como faz a atenção do leitor se dispersar no meio da notícia.

29 - Por encadeamento de parágrafos não se entenda o cômodo uso de vícios lingüísticos, como por outro lado, enquanto isso, ao mesmo tempo, não obstante e outros do gênero. Busque formas menos batidas ou simplesmente as dispense: se a seqüência do texto estiver correta, esses recursos se tornarão absolutamente desnecessários.

30 - A falta de tempo do leitor exige que o jornal publique textos cada dia mais curtos (20, 40 ou 60 linhas de 70 toques, em média). Por isso, compete ao redator e ao repórter selecionar com o máximo critério as informações disponíveis, para incluir as essenciais e abrir mão das supérfluas. Nem toda notícia está jornalisticamente tão bem encadeada que possa ser cortada pelo pé sem maiores prejuízos. Quando houver tempo, reescreva o texto: é o mais recomendável. Quando não, vá cortando as frases dispensáveis.

31 - Proceda como se o seu texto seja o definitivo e vá sair tal qual você o entregar. O processo industrial do jornal nem sempre permite que os copies, subeditores ou mesmo editores possam fazer uma revisão completa do original. Assim, depois de pronto, reveja e confira todo o texto, com cuidado. Afinal, é o seu nome que assina a matéria.

32 - O recurso à primeira pessoa só se justifica, em geral, nas crônicas. Existem casos excepcionais, nos quais repórteres, especialmente, poderão descrever os fatos dessa forma, como participantes, testemunhas ou mesmo personagens de coberturas importantes. Fique a ressalva: são sempre casos excepcionais.

33 - Nas notícias em seqüência (suítes), nunca deixe de se referir, mesmo sumariamente, aos antecedentes do caso. Nem todo leitor pode ter tomado conhecimento do fato que deu origem à suíte.

34 - A correção do noticiário responde, ao longo do tempo, pela credibilidade do jornal. Dessa forma, não dê notícias apressadas ou não confirmadas nem inclua nelas informações sobre as quais você tenha dúvidas. Mesmo que o texto já esteja em processo de composição, sempre haverá condições de retificar algum dado impreciso, antes de o jornal chegar ao leitor.

35 - A correção tem uma variante, a precisão: confira habitualmente os nomes das pessoas, seus cargos, os números incluídos numa notícia, somas, datas, horários, enumerações. Com isso você estará garantindo outra condição essencial do jornal, a confiabilidade.

36 - Nas versões conflitantes, divergentes ou não confirmadas, mencione quais as fontes responsáveis pelas informações ou pelo menos os setores dos quais elas partem (no caso de os informantes não poderem ter os nomes revelados). Toda cautela é pouca e o máximo cuidado nesse sentido evitará que o jornal tenha de fazer desmentidos desagradáveis.

37 - Quando um mesmo assunto aparecer em mais de uma editoria no mesmo dia, deverá haver remissão, em itálico, de uma para outra: Mais informações sobre o assunto na página... / A repercussão do seqüestro no Brasil está na página... / Na página... o prefeito fala de sua candidatura à Presidência. / Veja na página... as reações econômicas ao discurso do presidente.

38 - Se você tem vários originais para reescrever, adote a técnica de marcar as informações mais importantes de cada um deles. Você ganhará tempo e evitará que algum dado relevante fique fora do noticiário.

39 - Nunca deixe de ler até o fim um original que vá ser refeito. Mesmo que você tenha apenas 15 linhas disponíveis para a nota, a linha 50 do texto primitivo poderá conter informações indispensáveis, de referência obrigatória.
40 - Preocupe-se em incluir no texto detalhes adicionais que ajudem o leitor a compreender melhor o fato e a situá-lo: local, ambiente, antecedentes, situações semelhantes, previsões que se confirmem, advertências anteriores, etc.

41 - Informações paralelas a um fato contribuem para enriquecer a sua descrição. Se o presidente dorme durante uma conferência, isso é notícia; idem se ele tira o sapato, se fica conversando enquanto alguém discursa, se faz trejeitos, etc. Trata-se de detalhes que quebram a monotonia de coberturas muito áridas, como as oficiais, especialmente.

42 - Registre no texto as atitudes ou reações das pessoas, desde que significativas: mostre se elas estão nervosas, agitadas, fumando um cigarro atrás do outro ou calmas em excesso, não se deixando abalar por nada. Em matéria de ambiente, essas indicações permitem que o leitor saiba como os personagens se comportavam no momento da entrevista ou do acontecimento.

43 - Trate de forma impessoal o personagem da notícia, por mais popular que ele seja: a apresentadora Xuxa ou Xuxa, apenas (e nunca a Xuxa), Pelé (e não o Pelé), Piquet (e não o Piquet), Ruth Cardoso (e não a Ruth Cardoso), etc.

44 - Sempre que possível, mencione no texto a fonte da informação. Ela poderá ser omitida se gozar de absoluta confiança do repórter e, por alguma razão, convier que não apareça no noticiário. Recomenda-se, no entanto, que o leitor tenha alguma idéia da procedência da informação, com indicações como: Fontes do Palácio do Planalto... / Fontes do Congresso... / Pelo menos dois ministros garantiram ontem que..., etc.

45 - Na primeira citação, coloque entre parênteses o nome do partido e a sigla do Estado dos senadores e deputados federais: o senador João dos Santos (PSDB-RS), o deputado Francisco de Almeida (PFL-RJ). No caso dos deputados estaduais de São Paulo e dos vereadores paulistanos, mencione entre parênteses apenas a sigla do partido.

46 - O Estado não admite generalizações que possam atingir toda uma classe ou categoria, raças, credos, profissões, instituições, etc.

47 - Um assunto muito sugestivo ou importante resiste até a um mau texto. Não há, porém, assunto mediano ou meramente curioso que atraia a atenção do leitor, se a notícia se limitar a transcrever burocraticamente e sem maior interesse os dados do texto.

48 - Em caso de dúvida, não hesite em consultar dicionários, enciclopédias, almanaques e outros livros de referência. Ou recorrer aos especialistas e aos colegas mais experientes.

49 - Veja alguns exemplos de textos noticiosos objetivos, simples e diretos, constituídos de frases curtas e incisivas (todos eles saíram no Estado como chamadas de primeira página):

Os juros passaram a ser fator importante para os consumidores dispostos a fazer compras neste fim de ano. Dos 261 paulistanos ouvidos pelo InformEstado, 82,8% disseram que vão gastar menos no Natal em relação ao ano passado. O alto custo do financiamento das compras foi apontado por 34,5% dos entrevistados como motivo básico para a decisão. O comércio e a indústria reduziram as margens de lucro, o governo atenuou as restrições ao crédito e o mercado oferece produtos mais baratos que no último Natal, mas os juros pesam.

12 de setembro de 2012

Estrutura básica de uma notícia

Tema
Qual será o assunto abordado?
Tenha conhecimento sobre o que irá ser desenvolvido.
Título
Tem que despertar o interesse do leitor para a notícia que será apresentada.
"Nos textos noticiosos o título deve ser extraído do lead. Os títulos devem:
Conter verbos no presente do indicativo;
Estar na ordem direta (sujeito+verbo+ complementos verbais+adjunto adverbial);
Evitar rima (ex.: Pressão acelera demissão de Aragão)".2
   
Frases nominais são usadas frequentemente em títulos porque conseguem, às vezes, comunicar o assunto de modo claro e objetivo. Elas também possibilitam sintetizar uma grande quantidade de ideias em um pequeno número de palavras.
Subtítulo
Trata o assunto de modo resumido.

Lead/ lide
O vocábulo lead é de origem inglesa e significa “primeiro lugar”. Ele é inserido especificamente no primeiro parágrafo. Seu objetivo é direcionar o leitor quanto ao assunto abordado, chamar a atenção e despertar a sua curiosidade para ler o resto da notícia. Neste sentido, ele  deverá responder às perguntas: quando? Onde? O quê? Com quem? Para quê? Como?

Corpo ou texto da notícia
Corresponde aos parágrafos seguintes. Nestes espaços você irá detalhar o fato exposto, podendo acrescentar depoimentos de especialistas, dos envolvidos nos acontecimentos, testemunhas...
Os depoimentos fazem com que seu texto adquira mais credibilidade.

Linguagem
O texto deverá ser escrito de acordo com a norma padrão da língua, menos ou mais formal e impessoal.
Norma padrão da língua: está ligada ao emprego correto do registro da linguagem, ou seja, segue as prescrições estabelecidas e normatizadas em nossa gramática.
Formal e informal: formal abrange a língua culta, mais rebuscada, com termos de difícil domínio. Informal é o modo mais espontâneo de nós nos comunicarmos, neste caso, é uma linguagem mais simples e acessível. No entanto, a linguagem informal deverá ser usada com cautela. Evite clichês, pois, eles causam o empobrecimento de seu texto.
Impessoalidade: o escritor da notícia deverá distanciar-se do assunto, deixando de inserir sua opinião ou eliminando adjetivações que fazem com que o texto carregue uma carga emotiva. Isso porque, o texto noticioso tem por princípio a objetividade dos fatos retratados, e se expressamos estes fatos com marcas pessoais estaremos partindo para o campo do subjetivismo. 
"A notícia trabalha fundamentada com informações e apresenta quase que exclusivamente a linguagem referencial (ou informativa). A intenção é transmitir ao leitor dados da realidade de forma direta e objetiva. Por isso, as notícias são escritas em terceira pessoa e o produtor do texto não se revela, não emite juízos de valor. Predominando verbos no modo indicativo"1

Adequação ao gênero, público e  veículo.
Antes de produzir o texto você deverá ter em mente a quem seu texto irá se reportar, em outras palavras, o público que o texto se destina. A linguagem será moldada a partir desse elemento, sendo mais ou menos informal.


O gênero deverá respeitar as características básicas de estruturação, desenvolvimento e linguagem. 
É importante salientar que o texto noticioso trata-se de um acontecimento real, não podendo, por exemplo, mesclar realidade com fatos produzidos pela imaginação, inventados, inverossímeis.


Quanto ao veículo, diz respeito ao meio pelo qual o texto será divulgado, por exemplo, jornal escolar, jornal de bairro, em uma página na web etc.




Discurso
O texto noticioso pode ser representado por dois tipos de discurso: DISCURSO DIRETO E INDIRETO.
Emprega-se o discurso direto para apresentar a fala de testemunhas, especialistas, pessoas envolvidas no acontecimento. Ao contrário de textos narrativos que expõem as falas de seus personagens precedidas de um verbo dicendi, dois pontos e travessão.  O texto noticioso apresenta a fala de outrem coerente ao conteúdo do texto com aspas, vírgula e verbo dicendi.

Veja os exemplos:
  •  Texto narrativo
O ministro disse:
̶  O Brasil precisa de técnicos.
  •  Texto noticioso
“O Brasil precisa de técnicos”, diz o ministro.

O uso do discurso indireto é feito quando o escritor deseja eliminar os elementos emocionais e afetivos, criando objetividade ao depoimento que lhe foi fornecido. O modo como será disposto o discurso indireto se faz da seguinte forma: vem precedido por um verbo dicendi e introduzindo por uma conjunção subordinativa integrante (que, se).

Observe: O ministro disse que o Brasil precisava de técnicos.






























Fontes de pesquisa:

1- De Nicola, José. Língua, Literatura e redação, 2ª ed. rev. e amp. - São Paul: Scipione, 1998.
2- OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de. Minimanual compacto de redação e estilo: teoria e prática. - São Paulo: Rideel, 1999.


Dicas de jornalismo : http://www.elpais.com.br/elpaisnaescola/arquivos/DicasdeJornalismo.pdf