4 de agosto de 2012

Textos de apoio: 3ª edição do concurso cultural: Olimpíada de Língua Portuguesa

Do que trata?

     A Olimpíada de Portuguesa Escrevendo o Futuro é uma iniciativa do Ministério da Educação e da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação (Cenpec).

     A olimpíada realiza ações de formação de professores e promove um concurso bienal de produção de textos para alunos de escolas públicas de todo o país.

Quem pode participar?

Professores da rede pública e seus alunos do 5ª ano do ensino fundamental até o 3ª ano do ensino médio.

Nesta olimpíada todos ganham!

Valorizando a interação das crianças e jovens com seu meio, a olimpíada adota o tema “O lugar onde vivo”. O aluno resgata histórias, estreita vínculos com a comunidade e aprofunda o conhecimento sobre a realidade, o que contribui para o desenvolvimento de sua cidadania.


Quais são os gêneros textuais que deverão ser desenvolvidos? Como será o agrupamento?




Gênero textual: Memórias

Conta a mitologia grega que a deusa da memória, Mnemosyne, protetora das artes e da história e da poesia narrativa épica, tornava imortal o humano que tivesse registrado em alguma obra um herói e seus feitos. Assim também hoje esse caráter reatualizativo do passado ganha imortalidade quando se resgata um momento passado, esquecido em algum canto da memória, tornando-o eterno. O gênero memórias faz exatamente isso: resgata o passado social existente em cada indivíduo, geralmente mais velho, que vai relatar suas lembranças, numa entrevista oral, ao escritor de um texto narrativo de memórias, que deve a primeira pessoa, assumir a voz do entrevistado. O texto de memórias se caracteriza por ter um estilo referencial em que o passado se presentifica em objetos, coisas, lembranças... e se concretiza em expressões como "naquele tempo", "antigamente", verbos narrativos no passado, palavras "antigas" que devem ser explicadas, etc.

COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. 2. ed. rev. ampl. - Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p.148.



Palavras de um especialista por Elizabeth Marcuschi

Como escrever as memórias do outro, revelando toda sua singularidade
Palavras de um especialista por Ana Lima
Recordar para contar
Etimologicamente, “recordar” vem de “re” + “cordis”, significando, literalmente, “trazer de novo ao coração algo que, devido à ação do tempo, tenha ficado esquecido em algum lugar da memória”. Podemos dizer que, em linhas gerais, é exatamente essa a função de um texto do gênero memórias literárias.         Alguém que almeje escrever um texto de memórias literárias tem uma árdua tarefa pela frente: identificar pessoa (as) que possa (m) realmente contribuir para a elaboração do texto, com suas lembranças. Realizar uma entrevista com essa (s) pessoa (s); selecionar e organizar as informações relevantes coletadas; e, finalmente, escrever o texto.         Não podemos esquecer que a entrevista é um gênero da modalidade oral, e, se foi gravada, certamente apresentará várias marcas dessa oralidade. O escritor de memórias deve estar ciente disso e seu trabalho será transformar aquele texto oral em escrito. Além disso, precisa atender a algumas características específicas desse gênero. O escritor, por exemplo, deve assumir a voz da pessoa entrevistada, ou seja, o texto deve ser em primeira pessoa.       Não se trata de um simples reconto do que ouviu na entrevista, e sim de uma reinterpretação, que deve resultar em um texto de natureza literária, narrativo em sua maior parte. Em nenhum momento se pode perder de vista que há um leitor curioso para conhecer o passado, de modo que o texto deve ser escrito com criatividade, de tal maneira que esse leitor sinta-se envolvido por ele.
   Alguns elementos normalmente presentes nos textos de memórias literárias são as comparações entre o passado e presente, a presença de palavras e expressões que transportam o leitor para uma certa época do passado (“antigamente”, “naquele tempo” etc.), referência a objetos, lugares e modos de vida do passado, descrições de lugares ou pessoas e explicações de sentido de certas expressões antigas ou palavras em desuso.       Enfim, cabe ao escritor posicionar-se como um pesquisador que busca recuperar a memória coletiva de sua cidade e, por meio de seu texto, possibilitar que os leitores “tragam para o coração “um passado que, mesmo não tendo sido vivido por eles, foi decisivo para que sejam o que são atualmente.
Texto retirado da revista Na Ponta do Lápis – ano V – nº 11, p. 22-23. 
Escolha do tema  "O lugar onde vivo"
Vejamos agora um trecho do filme Narradores de Javé, para que ele possa contribuir no entendimento do relato oral e nas séries de particularidades de transformação desse registro oral para o escrito. 
A escrita cumprindo seu papel de assinalar a preservação das ações humanas, isto é, dos costumes, crenças, da cultura como um todo, assim como o reconhecimento da identidade de um povo.
Sinopse: Narradores de Javé conta a história da pequena cidade de Javé, que será submersa pelas águas de uma represa. Seus moradores não serão indenizados e não foram sequer notificados porque não possuem registros nem documentos das terras. Inconformados, descobrem que o local poderia ser preservado se tivesse um patrimônio histórico de valor comprovado em documento científico. Decidem, então, escrever a história da cidade – mas poucos sabem ler e só um orador, o carteiro, sabe escrever.
Vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=rtgCcJYEdB0>
Conheça uma das finalistas da Olimpíada de Língua Portuguesa - 2008
 Faça parte desse processo de produção também. Desperte o potencial que está dentro de você!
Leia os textos dos finalistas da Olimpíada 2006- http://www.escrevendo.cenpec.org.br/images/stories/publico/material/2006textosalunos.pdf 2007 - http://www.escrevendo.cenpec.org.br/images/stories/textos/livro_memorias_finalistas_2008.pdf 2010- http://www.escrevendo.cenpec.org.br/images/stories/publico/noticias/20101201memorias.pdf

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